Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada – Pavonianos

Queridos irmãos religiosos e leigos da Família Pavoniana,

O mês de novembro começa com a Solenidade de Todos os Santos. É uma boa ocasião para recordar que nossa vocação é a santidade. Recordemos os dois fins aos quais, unidos pelo carisma, devemos tender: “a própria santificação e a salvação do próximo” (IG). Devemos nos ajudar mutuamente neste caminho para a santidade. É uma boa ocasião para nos examinar e ver se o caminho que estamos percorrendo como Família Pavoniana é mediação para chegar a ser santos ou, pelo contrario, dificulta. Se descobrirmos que há elementos que nos ajudam, devemos potencializá-los; se descobrirmos que há atitudes, opções ou situações que obstaculizam, devemos buscar um caminho de conversão pessoal e comunitário, de modo que nossas comunidades e núcleos sejam um lugar propício para chegar a ser santos.

Neste mês, no dia 2, recordamos a os defuntos. Em todos os lugares deveria haver uma celebração por todas as pessoas que nos precederam, sejam religiosos ou leigos (familiares, amigos, conhecidos...) Recordemos também tantas pessoas que morrem por causa da guerra, do terrorismo, do ódio, do orgulho, dos intereses econômicos de pessoas ou nações. Recordemos todos aqueles que morreram e que ninguém lembra, bem como os que nada significaram para ninguém, tanto na vida como depois de mortos.

Escrevo esta carta do Brasil, onde me encontro visitando as realidades pavonianas. No dia 26 de outubro, tive a alegria de participar da ordenação sacerdotal de pe. Marco Tulio Araujo de Morais. Foi uma ceremônia muito bonita e participada. Damos graças a Deus pela vocação deste novo padre pavoniano que, com alegria e entusiasmo, construirá o Reino de Deus com o coração de S. Ludovico Pavoni, para o bem dos adolescentes e jovens mais necessitados. Como sempre, no Brasil, encontro um carisma muito vivo que se concretiza nas atividades que aqui se realizam em favor dos adolescentes e jovens mais necessitados. Encontro religiosos e leigos muito apaixonados pelo carisma. Encontro também um bom caminho de pastoral vocacional com os jovens que estão discernindo o que o Senhor quer deles. O Senhor continua enviando jovens para a nossa Família para que o carisma pavoniano continue vivo nestas terras. Lembro a todos que a melhor pastoral vocacional é o testemunho de uma vida coerente e autêntica de religiosos e leigos vivida, com alegria e paixão.

Pude visitar a nova realidade pavoniana, no estado da Bahia, concretamente, na cidade de Barreiras. É uma realidade com muitos desafios pela frente (construção da igreja, 4 projetos sociais para adolescentes e jovens). Creio que nosso carisma pode fazer muito bem também nesta terra brasileira mais ao norte. É um povo bom e simples, com uma grande fé e que acolheu muito bem nossos três irmãos (Gustavo, Luis Fernando e Johnson). Rezemos por eles para que esta nova realidade pavoniana ajude a fortalecer nossa confiança e nossa esperança.

A realidade pavoniana no Brasil é muito rica e também muito frágil. Rica, porque o fundador é muito conhecido e venerado; porque o carisma se enraizou muito bem nestas terras e está fazendo muito bem a tantos adolescentes e jovens que frequentam nossas atividades; porque muitos leigos se apaixonaram pelo carisma e se sentem verdaderamente leigos pavonianos por vocação, partilham com os religiosos vida, espiritualidade e missão. Ao mesmo tempo, é frágil, porque os religiosos são poucos e a missão é grande. Obrigados pelas atividades pastorais que são tantas, às vezes, se esquecem de que o pavoniano é, sobretudo, educador, companheiro de caminho dos jovens, que o pavoniano, seja sacerdote ou leigo, deve estar com os jovens e ser luz para eles.

No dia 27 de outubro, foi concluída a segunda sessão do Sínodo sobre a sinodalidade. Já sabemos que o papa não escreverá um documento pós-sinodal. Considera bom e válido o documento conclusivo que todos os participantes assinaram e que já está à nossa disposição. Penso que seria muito bom e útil lê-lo e compartilhá-lo em nossas comunidades e núcleos da Família Pavoniana.

O papa, na sua homilia conclusiva, serve-se de uma passagem do evangelho de Marcos (10, 46-52), que narra o encontro do cego Bartimeu com Jesus. É um texto conhecido por muitos de nós, pois foi o texto que serviu de base para um de nossos últimos capítulos gerais. Creio que a reflexão do papa pode nos ajudar muito.

a) Bartimeu cego, sentado à margem do caminho, mendigando.

- Representa uma Família Pavoniana incapaz de ver, sentada, acomodada, fechada em suas próprias preocupações, paralizada. Uma Família Pavoniana que não gera vida, que não participa da vida, que é somente consumidora de vida. Uma Família Pavoniana espectadora e não atriz e protagonista. Em definitivo, uma Família Pavoniana sem esperança e alegria.

b) Bartimeu cego, mas não surdo, grita, ouve ser chamado e se põe de pé, dando um pulo.

- Representa uma Família Pavoniana que é capaz de escutar, quando o Senhor passa; que é capaz de escutar a voz dos adolescentes e jovens necessitados de hoje; que é capaz de discernir os sinais dos tempos; que é capaz de se deixar interpelar pela realidade dos jovens; que é capaz de se levantar ao se sentir chamada pelo Senhor, por meio dos adolescentes e jovens. Representa uma Família Pavoniana que se deixa curar de suas cegueiras pelo Senhor e pelo evangelho.

c) Bartimeu curado, segue Jesus para conquistar Jerusalém.

- Representa uma Família Pavoniana a caminho, capaz de sonhar, de fazer projetos, de se abrir ao futuro. Capaz de viver e gerar vida ao seu redor. Capaz de ser companheira de viagem de tantos jovens e pobres; capaz de enfrentar desafios e de dar respostas lúcidas aos problemas reais do mundo dos jovens de hoje. Uma Família Pavoniana missionária e sempre em saída, nunca fechada em seus medos e obsessões. Isto somente será possível se não deixa de seguir o Senhor pelo Caminho.

Agenda do mês

1: Solenidade de Todos os Santos;

2: Celebração de todos os fiéis defuntos;

8-10: Convivência dos grupos Saiano, na Espanha;

19: Regresso do Brasil;

20-23: Pe. Giorgio Grigioni participa da Assembleia dos superiores gerais , em Roma (USG);

22-24: Jornadas de Outono da Família Pavoniana espanhola;

29: Inicio da novena da Imaculada.

Ponho o caminho de nossa Família sob a proteção da Virgem Imaculada, nossa querida Mãe, e de São Ludovico Pavoni, nosso Santo Fundador.

Um abraço fraterno e sempre agradecido

Gama, 31 de outubro de 2024

Ricardo Pinilla Collantes

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